quinta-feira, 1 de abril de 2010

Wellington chora ao lembrar de vida política e deixa Karnak

Wellington Dias se despediu do Governo do Estado nesta quinta-feira (1º) em um discurso emocionado no Palácio de Karnak, que deixou após sete anos de governo. Ao lembrar de Lula, o ex-governador não se segurou e chorou. "Um amigo que nesses dias contribuiu muito para tomar a decisão de deixar o cargo, acreditando também ele na minha responsabilidade como membro de um partido desse país que olha os interesses maiores do povo. Eu poderia falar aqui de muita gente, mas eu quero agradecer especialmente aos mais humildes". O discurso formal foi esquecido. "Resolvi falar apenas com o coração. Sou um homem feliz, porque ainda em 2002 pedi a Deus que eu só fosse eleito se fosse para fazer um mandato que pudesse valer a pena. Que pudesse honrar a Deus e ao meu povo [...] Isso só foi possível porque foi feito por todos vocês. Se eu já acreditava nesse estado, saibam que hoje eu acredito muito mais", destacou.
Novamente aos prantos, ele falou da família. "E a única coisa que eu queria, e vou poder fazer isso daqui a pouco, era sair desse palácio, sair pela porta da frente... E poder, em qualquer rua do meu país, qualquer cidade do meu Estado, poder olhar olho no olho, de qualquer pessoa do meu povo, olhar nos olhos da minha esposa, nos olhos do meu filho, e saber que eles não têm vergonha do que fiz nesse mandado em nome do povo do Piauí", declarou.
Com emoção, Wellington Dias deixou escapar também um pensamento sobre as divisões da base aliada. "O Piauí já não é mais o Estado mais pobre do Brasil. Mas eu só me conformo quando ver o Piauí inteiro um lugar desenvolvido com qualidade de vida em cada lugar desse Estado. Esse é o real sentido da vida de da política. A gente briga por cargo, briga por tantas coisas, e nada disso faz sentido. O que faz sentido é melhorar a vida do homem, melhorar a vida desse povo", completou. O discurso foi encerrado pela esposa Rejane Dias, que fez uma oração lembrando da história bíblica de Salomão, que teria recebido de Deus o presente que pedisse. O governante pediu apenas sabedoria e entendimento para governar com Justiça o seu povo. Na posse, a então primeira-dama também orou com os presentes para abençoar o mandato.
Amadurecimento - No começo do discurso, Wellington Dias releu um texto usado na sua posse em 2002. "Vejo o Piauí como na realidade ele é. E sonho com a possibilidade de vê-lo transformado. Transformado para melhor, não importa o espaço de tempo. Sonhando enxergar o Piauí em 2022, desenvolvido e com qualidade de vida para todos. Estou certo de que não se trata de um sonho apenas meu. Percebo isso diariamente nas atitudes de cada irmão e cada irmã que encontro nas minhas andanças no Piauí". O ex-governador disse agora acreditar ainda mais nessas mudanças. Wellington Dias falou ainda de uma colocação do deputado federal Antônio José Medeiros em uma reunião do PT, que elogiou o trabalho do coronel Francisco Prado. "Imaginar uma liderança do Partido dos Trabalhadores como o Antônio José elogiar o coronel Prado era algo impensável", afirmou, destacando o amadurecimento do PT.
Risos - Ao falar da satisfação com seu mandato, Wellington Dias citou o abraço recebido por um homem simples de Campinas do Piauí, onde foram inauguradas obras recentemente. "Ele dizia: governador 'Uelton' (sic) Dias, eu já tenho 60 anos de idade e lhe digo que nunca votei no senhor, mas eu lhe digo que nesses 60 anos de idade eu nunca tive um governo bom. O seu governo é um governo bom. E eu gostei de 'isprumentar' (sic) um governo bom, e agora não quero saber de 'isprumentar' (sic) governo ruim não".Depois de arrancar risos dos presentes, ele acrescentou. "A filosofia desse homem simples representa esse sentimento que há mesmo em uma parcela muito grande da nossa população. Isso é bom, não para a minha imagem, história, ou mandato. É bom para o Piauí, para o Brasil". Fonte: cidadeverde.com

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